Os trabalhadores da SATA afirmaram estar “apreensivos” com a nomeação do antigo director regional dos Transportes Aéreos, Rui Coutinho, para o cargo de CEO do Grupo que junta as companhias aéreas Azores Airlines e SATA Air Açores.
“Estamos apreensivos porque é uma pessoa nova, que vem através da política. Nós ultimamente não tínhamos CEOs que sejam políticos. Também estamos com esperança, porque queremos trabalhar com o novo CEO”, afirmou a porta-voz da Comissão de Trabalhadores, Sandra Lemos, à agência Lusa (para ler no “Observador” clique aqui).
“Os trabalhadores estão apreensivos, mas realmente precisamos de um presidente do conselho de administração. Precisamos que companhia tome um rumo e se tome decisões, se possível assertivas”, frisou Sandra Lemos.
“A companhia há dois meses que não tinha presidente” e não podia continuar nessa situação, acrescentou a dirigente.
Apesar da “apreensão” dos trabalhadores, a porta-voz ressalvou que “não se pode criticar sem ver o trabalho” da futura administração. “A nossa preocupação é: trabalhem connosco, os trabalhadores. Somos nós que damos a cara todos os dias”, acrescentou.
A notícia da agência Lusa revela ainda que a Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) considerou hoje a nomeação do antigo director regional dos Transportes Aéreos Rui Coutinho para presidente da SATA “uma decisão política” e “ferida de morte”.
O futuro CEO vai ocupar o cargo que foi deixado vago por Teresa Gonçalves, que se demitiu em 9 de Abril, por “motivos pessoais”.
A nomeação de Rui Coutinho foi anunciada na sexta-feira pelo governo dos Açores. Citada num comunicado, Berta Cabral, secretária Regional com a tutela da Mobilidade, afirmou que a prioridade do novo CEO é “o estrito cumprimento do Plano de Reestruturação aprovado pela Comissão Europeia, que, por consequência, implica, a estabilização da reorganização da estrutura empresarial, a adequação da operação, com melhoria da eficiência e redução de custos, a salvaguarda da SATA Air Açores, a efetivação da privatização da Azores Airlines, a reestruturação e alienação do negócio de handling das companhias e a apresentação de uma proposta num eventual novo concurso de OSP territoriais, uma vez que a companhia está proibida de realizar rotas deficitárias”.
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