Para passear por Bissau recomenda-se ter o estômago forrado. No nosso caso, com um arroz de tamboril e gambas do restaurante Padeira Africana. Foi daí que partimos à descoberta da capital da Guiné-Bissau, para encontrar os pontos de interesse mais relevantes.
Começámos pela zona de Bissau Velho, onde conhecemos um atelier de artesanato, antes de caminharmos perto do Forte de São José da Amura, onde se encontra o Mausoléu de Amílcar Cabral e o Museu Militar da Luta de Libertação Nacional.
Depois seguimos para a zona do porto e foi aqui que encontrei um dos pontos de interesse que mais me fascinou, a “Mon de Timba”, a Mão de Timba, ou a mão do caloteiro, conhecido como o Monumento Pidjiguiti, uma interpretação ao estilo brutalista de um punho cerrado.
Este monumento foi erguido no seguimento de um massacre no Porto de Bissau, quando a PIDE e outros meios militares suprimiram a tiro uma mais que justificada greve de trabalhadores de uma empresa que operava no porto.
Apesar da Casa Gouveia, entidade empregadora dos trabalhadores que faziam greve para exigir melhores condições de vida e de trabalho, ter aceite as reivindicações destes, o administrador do porto, António Carreira, não deu seguimento imediato à ordem, o que prolongou a greve. Esta só terminou na tragédia conhecida como o Massacre de Pidjiguiti resultando em mais de 50 mortos.
Este punho cerrado, explicou-nos o nosso guia, é interpretado como o punho do trabalhador que faz frente ao patrão, bem como o punho cerrado do patrão, que se recusa a abrir a mão para dar aos seus trabalhadores o que merecem.
Dentro desta temática revolucionária trabalhista, também passámos na Praça Che Guevara, com um monumento de homenagem ao revolucionário argentino famoso pelo seu trabalho na Revolução Cubana.
A Antiga Casa do Comércio de Bissau, junto à Praça do Império, é outro edifício de destaque, tendo sido desenhado pelo arquitecto português Jorge Ferreira Chaves, e que agora é a sede do partido PAIGC.
Quando passamos nesta zona, a avenida principal que dá para a rotunda da Praça do Império, encontrava-se em obras, o que dificulta bastante o trânsito, mas acabou por ser uma oportunidade para passear a pé nesta zona mais desafogada.
Em torno desta rotunda encontram-se também a Câmara Municipal de Bissau, o Palácio Presidencial, a Ordem de Advogados, e o Ministério da Função Pública.
Também foi possível ver a Catedral de Bissau, por fora e no seu interior, com a curiosidade de a sua nave ser ladeada por ventoinhas, provavelmente bem vindas pelos crentes.
Também fomos visitar a Feira de Artesanato de Bissau, onde demos uma volta rápida, durante a qual encontrámos uma variedade de produtos, como máscaras, malas, colares, pulseiras, djambés, e tecidos. Também tivemos a oportunidade de conhecer um dos artistas que pintou murais no interior dos bungalows do Orango Parque, o Ismael Hipólito Djata, que se encontrava no seu atelier, rodeado de quadros e pinturas.
O jantar foi no Dom Bifanas, mas pasme-se, em vez de uma bifana repleta de molho num pãozinho fresco, foi-nos servido um delicioso arroz de tamboril, mais uma vez, a segunda do dia, e confesso que se tivesse havido mais para ceia, duvido que sobrasse.
O PressTUR viajou a convite da TAP Air Portugal e do Orango Parque Hotel
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