Após uma viagem de barco a alta velocidade, vamos conhecer a tabanka de Eticoga, uma aldeia na ilha de Orango, na Guiné-Bissau, onde a Fundação CBD-Habitat está a desenvolver várias acções sociais.
Este segundo dia na Guiné-Bissau começou com a saída da capital para o Porto de Quinhamel, uma viagem de cerca de 45 minutos, numa estrada acidentada com um trânsito muito particular que faria tremer os duplos de cinema dos filmes “Velocidade Furiosa”.
Os imprevistos fazem parte das viagens e, assim, ao chegarmos ao porto deparámo-nos com um problema no motor de um barco. Enquanto a situação era resolvida, estávamos bem acompanhados das amigáveis Sagres, Super Bock e Cristal, cervejas portuguesas que são comercializadas na Guiné-Bissau, juntando-se à de produção local, a Djumbai.
O imprevisto com o barco e a forma como o grupo lidou com a situação fez-me lembrar da expressão “T.I.A.”, repetida ao longo do filme “Blood Diamond” (2006), mas ao invés de ser aplicado no contexto explorado naquele filme, o que me ocorreu foi a atitude de quem espera imprevistos e não stressa com eles, uma espécie de “leve, leve”, afinal de contas, ‘This Is Africa’.
A solução não tardou em chegar. Um grupo de trabalhadores de Quinhamel empurrou outra embarcação que se encontrava encalhada junto ao cais, fazendo um longo percurso numa zona de baixios de terra argilosa, que com a maré baixa obriga a uma caminhada cuidadosa até ao barco.
E com o nosso barco na água, foi possível fazermo-nos ao mar e rumar até à Ilha de Orango, num percurso que tem uma duração de cerca de 4h30, dependendo do estado do mar. Esta viagem é feita numa lancha em formato de canoa com um motor de 80cv que atinge uma velocidade considerável para quem apenas está habituado a passear de barco.
São gastos cerca de 100 litros de gasolina neste percurso até Orango.
O Orango Parque Hotel é o único hotel dentro do Parque Nacional de Orango, que é considerado Reserva da Biosfera pela UNESCO, e todas as estadas nesta unidade hoteleira contribuem para os diferentes projectos de protecção ambiental e cultural, bem como para o desenvolvimento das condições de vida do povo Bijagó.
As instalações do Orango Parque Hotel incluem restaurante e bar, recepção, e um museu etnográfico dedicado à cultura Bijagó com uma loja com artesanato local. É possível conhecer um pouco mais sobre a vida deste povo através da exposição que conta com peças que vão de ferramentas de trabalho a instrumentos musicais, passando por trajes tradicionais.
Com dois moto-carros à nossa espera, o grupo entrou nas caixas abertas destes veículos do estilo das Piaggio Ape 50 e seguiu por trilhos até a uma tabanka, onde decorria um jogo de futebol ao pôr-do-Sol, a que assistiam não só os habitantes locais, mas também o gado e as galinhas.
“O melhor é aquele ali, o Messi, de chuteiras vermelhas”, partilhou connosco um senhor que estava confortavelmente na sombra, numa cadeira, a assistir à partida.
Abandonámos o jogo para visitar a tabanka de Eticoga, onde a Fundação CBD-Habitat investe na melhoria das condições de vida da população. Perto do campo de futebol, encontra-se o jardim de infância Netos Pampa, que deve o nome à Rainha mais famosa dos Bijagós, e a sua professora, que nos revelou que conta com uma turma de cerca de 30 alunos. Estes alunos são maioritariamente da tabanka de Eticoga, mas também da tabanka de Ancaboca.
Conhecemos também o posto de saúde e a enfermeira Zélia, que nos falou sobre alguns dos casos que costuma receber, maioritariamente malária e problemas gástricos, devido à falta de água potável. É aqui também que decorrem os partos, alguns dos quais à luz do telemóvel quando há falhas. A CBD-habitat é responsável pelo financiamento do salário dos profissionais de saúde aqui presentes, além de outras iniciativas que, como nos contou Ana Maroto, são resultado directo do financiamento de parcerios e até de hóspedes que ficaram em Orango.
Em Eticoga foi-nos dada a honra de visitar a casa e o túmulo da mais famosa e rica Rainha dos Bijagós, Okinca Pampa, que está sepultada na sua antiga casa, como indicam os rituais fúnebres dos Bijagós, na ‘companhia’ de outros reis do passado desta região.
O PressTUR viajou a convite da TAP Air Portugal e do Orango Parque Hotel
Continua:
Orango Parque Hotel: A tabanka de Eticoga 2/2
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Orango Parque Hotel: A tabanka de Eticoga 1/2
Orango Parque Hotel: A tabanka de Eticoga 2/2
Arquipélago dos Bijagós: A Ilha Sagrada de Poilão 1/2
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Consulte aqui o site do Orango Parque.
Para saber mais sobre as iniciativas do Orango Parque Hotel e da Fundação CBD-Habitat consulte o seu blogue ou o website dedicado ao trabalho aqui desenvolvido.
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