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Malta, Egipto e Jordânia: alternativas a uma Europa mais difícil de vender para grupos – Nuno Aleixo, Nortravel

A venda de viagens em grupo para destinos europeus enfrentou dificuldades este ano, mas a Nortravel encontrou soluções na contratação de charters para Malta, Egipto e Jordânia, contou ao PressTUR Nuno Aleixo, director-geral do operador.

PressTUR: Como foi este Verão para a Nortravel?

Nuno Aleixo: Ainda não chegámos aos números de 2019, mas estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados. A Europa, que é o produto principal e é a bandeira da Nortravel, teve aumentos de preço exorbitantes. Houve aumentos de 50% face a 2019. Além disso, há mudanças na forma dos clientes viajarem em grupo para a Europa. Os próprios fornecedores muitas vezes não trabalham com grupos. Temos dificuldade em conseguir hotéis centrais com preços competitivos, porque os hotéis preferem trabalhar com plataformas de reservas. As próprias companhias aéreas também não nos disponibilizam a mesma quantidade de lugares que antes da pandemia. Com estas mudanças, decidimos operar outros destinos na Europa, como foi o caso de Malta.

PressTUR: Não alcançaram os números de 2019 em passageiros ou em facturação?

Nuno Aleixo: Os dois. Vendemos viagens mais caras em 2023, portanto a facturação não teve uma quebra tão evidente como em passageiros. Ficámos a 10% / 15% da facturação de 2019 e a 15% / 20% do número de passageiros de 2019.

PressTUR: Face a estes desafios nos destinos tradicionais europeus, a Nortravel resolveu apostar noutros destinos…

Nuno Aleixo: Sim, procurámos destinos de médio curso com vertente cultural, como Malta. Outros casos de sucesso muito grande este ano foram o Egipto e a Jordânia. Nestas operações notou-se a mais-valia de estar num grande grupo como a Ávoris, que tem uma companhia aérea e operações a partir de vários aeroportos espanhóis. Nós em Portugal, do Porto e de Lisboa, quando há slots, conseguimos complementar essas operações que montam em Espanha.

PressTUR: Como foi a operação do Egipto?

Nuno Aleixo: Fizemos cinco operações especiais para o Egipto, Lisboa-Cairo e Luxor-Lisboa, incluindo voos internos Cairo-Abu Simbel e Abu Simbel-Assuão. Correu muito bem, os voos saíram completamente cheios.

PressTUR: E a Jordânia?

Nuno Aleixo: Fizemos duas operações para a Jordânia, dois Lisboa-Aqaba com regresso de Amã após o circuito no país. Esta operação foi montada com A320 da Iberojet. Correram muito bem e ajudaram-nos no nosso segmento cultural.

PressTUR: Egipto e Jordânia repetem-se em 2024?

Nuno Aleixo: Sim, as duas operações já estão garantidas para 2024. Neste momento estamos a tentar conseguir mais datas, mas há uma grande pressão porque em Espanha também há muita procura pelo Egipto e a Jordânia. De momento, temos apenas garantia de três operações para cada destino em 2024. Estamos a trabalhar para pelo menos igualar o número de operações que tivemos para o Egipto este ano, que foram cinco, mas ainda não conseguimos. O Egipto será com a Nesma Airlines e a Jordânia com a Iberojet, ambas com avião A320 com 180 lugares.

PressTUR: E Malta?

Nuno Aleixo: Malta foi uma experiência desafiante. A operação arrancou mal, tivemos dificuldade em comunicar o destino aos agentes de viagens. Mas o saldo final foi positivo. Não com os números que gostaríamos: tivemos uma ocupação a rondar os 80%, quando a nossa expectativa era superar os 90%. Para 2024, estamos a aguardar que nos confirmem o voo e voltaremos a apostar. Malta estava previsto que fosse de Lisboa, mas com a falta de slots não tivemos qualquer possibilidade e tivemos que transitar a operação para o Porto. Foi um voo por semana com um avião de 189 lugares da Nesma Airlines, do início de Julho até 20 de Setembro, cerca de 12 semanas. Para 2024, se conseguirmos confirmação, será de Lisboa às segundas-feiras de 1 de Julho a 16 de Setembro.

PressTUR: A operação charter prevista para a Madeira não avançou…

Nuno Aleixo: Não conseguimos avançar com a operação da Madeira por dificuldades no alojamento. As taxas de ocupação estão em níveis recorde e a Madeira abriu novos mercados a pagar preços muito mais elevados que o mercado português. Não conseguimos preços apelativos para conseguir montar a operação. Uma operação para a Madeira tem que ser sempre bi-semanal, porque, regra geral, as pessoas compram três/quatro noites na Madeira, o que significa que o risco é maior. Protegemos todos os passageiros, que ainda eram cerca de 1.000. Foram em voos TAP.

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Para aceder ao site da Nortravel clique aqui.

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