A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) estima que os hotéis de Lisboa terão facturado 19 milhões de euros durante a Web Summit, entre 1 e 4 de Novembro, com taxas de ocupação e preços mais elevados que na edição de 2019.
As conclusões resultam de um inquérito da AHP a 120 estabelecimentos hoteleiros da Área Metropolitana de Lisboa (AML), realizado de 7 a 21 de Novembro, cujos resultados foram apresentados hoje em Lisboa pela vice-presidente executiva da Associação, Cristina Siza Vieira.
Os dados indicam que, durante a Web Summit, os hotéis na AML registaram um preço médio por quarto de 193 euros, mais 51 euros que em 2019.
Na análise apenas à cidade de Lisboa, onde se realiza a Web Summit, o preço médio dos quartos de hotel atingiu os 210 euros, mais 55 euros que em 2019.
Os dados mostram que o aumento dos preços foi acompanhado pela subida da taxa de ocupação, com 93% dos inquiridos da AML a indicar uma taxa de ocupação superior a 80%, e 82% dos inquiridos da cidade de Lisboa a registar uma taxa de ocupação superior a 90%.
O inquérito revelou que 51% dos hotéis da AML alcançaram uma taxa de ocupação “melhor” ou “muito melhor” que em 2019, enquanto 30% indicaram uma taxa “igual” ao período pré-pandemia, 10% esteve “pior” este ano, e 8% estavam encerrados ou não existiam em 2019.
Na cidade de Lisboa, os dados mostram que 49% dos inquiridos registaram este ano taxas de ocupação “melhores” ou “muito melhores” que em 2019, 31%, igual, 9%, pior, e 10% estavam encerrados ou não existiam em 2019.
Com um preço médio de 193 euros, uma ocupação média de 80% e um total de 36.096 quartos, a AHP concluiu que os hotéis da AML facturaram uma média de 5,573 milhões de euros por dia durante a Web Summit, totalizando cerca de 22 milhões de euros.
Na análise apenas à cidade de Lisboa, os dados apontam para uma facturação média diária de 4,733 milhões de euros na Web Summit (19 milhões de euros pelos quatro dias do evento), com um preço médio de 210 euros, uma taxa de ocupação média de 90% e um total de 25.047 quartos.
Cristina Siza Vieira estima que as receitas seriam superiores a 7 milhões de euros se fossem incluídos alojamentos locais com mais de dez quartos.
A Web Summit somou 71.033 participantes, apenas mais 564 que em 2019.
Principais mercados
Os dados recolhidos pela AHP indicam ainda que 52% dos inquiridos incluíram os Estados Unidos como um dos seus três principais mercados emissores durante a Web Summit, quando em 2019 apenas 43% o tinham feito.
O mercado norte-americano destronou assim o Reino Unido como principal mercado emissor para a hotelaria de Lisboa durante a Web Summit, que este ano foi apontado por 51% dos inquiridos como um dos três maiores emissores, depois de em 2019 ter alcançado 61%.
Depois dos EUA e do Reino Unido, os mercados que mais inquiridos incluíram no seu Top3 durante a Web Summit foram França (43%), Portugal (33%), Alemanha (33%), Brasil (25%), Espanha (23%), Países Baixos (11%) e Canadá (6%).
Principais canais de reserva
Os dados mostram que 86% dos inquiridos da AML responderam que tiveram reservas de participantes da Web Summit. Na cidade de Lisboa, o número de respostas afirmativas sobe para 93%.
A Booking.com foi, de longe, o principal canal de reservas para as estadas durante a Web Summit, com 67% dos inquiridos a indicar este como o principal canal, seguido pelo website próprio do hotel (14%), Expedia (8%), Outros canais online (6%) e DMC próprio da Web Summit (5%).
“O website próprio dos hotéis tem ainda uma performance relativamente modesta neste evento”, afirmou Cristina Siza Vieira, destacando que tem “expectativa de que venha a ganhar escala para este evento e para o geral. Quanto menos intermediação, melhor”.