Da tranquila Hurghada, à beira-mar, ao Cairo, frenético, são sete horas de viagem de autocarro, uma proeza que alcançamos com uma recompensa em mente: ver os tesouros dos faraós no Museu Egípcio, as imperdíveis Pirâmides de Gizé e a Esfinge.
O Cairo é uma cidade à escala de um país, com mais ou menos o dobro da população de Portugal na sua área metropolitana, e recebe-nos com um espectáculo visual de trânsito caótico e um concerto de buzinas.
Descemos na Praça Tahrir, muita falada quando da revolução que derrubou os anteriores governantes, para visitar o Museu Egípcio, o mais antigo museu arqueológico do Médio Oriente, onde podemos caminhar por milhares de anos de história, observando sarcófagos e jóias, múmias e máscaras fúnebres, estátuas de faraós, papiros e pedras recheadas de hieróglifos.
Fazêmo-lo guiados por Waleed, que nos fala em português sobre os objectos que os faraós levavam para os seus túmulos, que significado tinham e como os podiam guiar nas suas viagens depois da morte.
Um dos maiores atractivos do museu é a exposição dos tesouros de Tutancamon, um dos faraós mais famosos, não pelos seus feitos, pois morreu muito jovem, mas porque o seu túmulo era um dos poucos a estar praticamente intacto quando foi encontrado, ao contrário da maioria, que foi saqueada.
Entre as mais de mil peças expostas nas galerias de Tutancamon contam-se estátuas do faraó em tamanho real, o seu trono, várias estátuas de ouro que eram colocadas no túmulo para o ajudar na sua viagem depois da morte, bem como a famosa máscara feita de ouro maciço, que pesa 11kg e se tornou um símbolo do Egipto.
Outros destaques do museu incluem as máscaras de folha de ouro de Yuya e Thuya, e a Paleta de Narmer, que contém algumas das primeiras inscrições hieroglíficas encontradas, representando a unificação do Alto e Baixo Egipto.
Sem tempo para absorver toda a riqueza do Museu Egípcio, seguimos para o planalto de Gizé, onde nos espera um sonho de criança, ver as Pirâmides e a Esfinge.
Com cerca de 200 metros de largura e mais ou menos a altura da Torre Vasco da Gama em Lisboa (145 metros), a Pirâmide de Quéops causa o primeiro impacto e levanta as questões mais óbvias. Como foi possível, há mais de quatro mil anos, erguer este monumento? A pergunta coloca-se não só pela forma, mas pelas toneladas que pesa cada uma das pedras ali colocada.
Há várias teorias, algumas até envolvem extraterrestres, mas aquela considerada mais válida pelo nosso guia é a de Jean-Pierre Houdin, um arquitecto francês que defende que foram construídas rampas internas para transportar as pedras.
Esta é a maior e a mais antiga pirâmide do Egipto, além de ser a única sobrevivente das sete maravilhas do mundo antigo. A seu lado estão as Pirâmides de Quéfren e de Miquerinos, a Esfinge e outros túmulos, templos e pirâmides mais pequenas.
Antes de regressar à estrada temos tempo ainda para uma curta paragem na Esfinge, a famosa estátua com corpo de leão e cabeça humana, que recebeu este nome dos antigos gregos devido às semelhanças com uma das suas criaturas mitológicas.
A Esfinge representa Quéfren, filho de Queóps e pai de Miquerinos, os três faraós que ordenaram a construção das três Pirâmides de Gizé.
Sobre o nariz partido da Esfinge, há teorias que acusam Napoleão, outras que acusam militares em treinos de tiro ao alvo, mas consenso não se encontra.
A duração das visitas no Cairo é curta em relação ao tempo passado em viagem no autocarro desde Hurghada, o que levou os agentes de viagens ouvidos pelo PressTUR a concluir que para visitar a capital egípcia só recomendariam de avião e com pernoita.
Além de férias em Hurghada, para quem queira uma experiência cultural, Carla Barroso, da agência de viagens Maravilhacontece, em Celorico de Basto, recomenda fazer a excursão a Luxor. “É uma excursão mais rica, com mais para visitar e a duração da viagem é menor que a do Cairo”.
A mesma opinião partilha Alexandra Torcato, da agência de viagens By Travel Guimarães, que “não iria ao Egipto só para fazer praia”, e por isso recomenda fazer a excursão a Luxor de autocarro. Ao Cairo, só de avião.
Continua: Resorts em Hurghada, para diversão em família ou fugas a dois
O PressTUR viajou a convite da Sonhando
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De Hurghada a Luxor, uma viagem ao tempo dos faraós
De Hurghada ao Cairo, entre tesouros e pirâmides
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Hurghada: o que dizem os agentes de viagens (1/3)
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