As altas temperaturas convidam a dias descansados à beira-mar, mas estamos no Egipto e recusamos desperdiçar a oportunidade de viajar ao tempo dos faraós. Por isso, fazemo-nos à estrada para encontrar em Luxor um museu a céu aberto.
A cidade ganhou importância entre os anos 2050 e 1710 a.C e foi capital do Egipto, altura em que começou a ser construído o que é hoje o impressionante Complexo de Karnak, um conjunto de templos que será a nossa primeira paragem.
Chegamos a Luxor, antiga Tebas, depois de uma viagem de mais de 300 quilómetros desde Hurghada, durante a qual observamos pela janela do autocarro o nascer do sol num céu limpo, enquadrado pela montanha árida de um lado e o Mar Vermelho do outro.
Percorremos a costa para Sul até Safaga e, a partir daí, atravessámos as montanhas e o deserto até Qena, onde vimos pela primeira vez grandes campos de cultivo, um sinal evidente de que chegaramos, finalmente, ao Rio Nilo.
À chegada apresentam-nos Leila, uma guia egípcia, fluente em português, que nos conduz pela Avenida das Esfinges até ao interior do Complexo de Karnak, parando nas escassas sombras para nos explicar a história do monumento.
O Complexo de Karnak começou por ser um templo dedicado ao deus Amon-Rá e foi crescendo até se tornar um imenso conjunto de templos, santuários e outros monumentos dedicados a deuses e faraós.
O espaço é dominado pelo Templo de Amon-Rá, que constitui a imagem mais famosa do local, o Grande Salão Hipostilo, uma área com 134 colunas que em tempos sustinham um telhado.
Caminhamos atentos aos pormenores apreciando a grandeza das colunas e a beleza e perfeição dos hieróglifos que ainda perduram no local, entre o fascínio e o pasmo de estar perante uma construção com mais de três mil anos.
Templo de Hatshepsut
Leila conta-nos que o nome da cidade, Luxor, significa Palácios e, como que para provar que o nome é adequado, leva-nos a mais um monumento magnífico, o Templo de Hatshepsut, a mais famosa mulher faraó, que reinou no Egipto durante 22 anos.
O monumento, dos anos 1400 a.C., impressiona logo à distância por estar acomodado no sopé da montanha, com as suas colunas lisas encaixadas na montanha rugosa.
O templo mortuário de Hatshepsut foi construído em homenagem a Amon-Rá, o deus Sol, mas ao longo dos séculos sofreu várias mudanças, chegando inclusivamente a ser convertido em mosteiro.
Depois de apreciarmos à distância, atravessamos o calor e subimos a longa rampa para observar as pinturas em relevo e as esculturas. Leila conta-nos que as imagens referentes ao reinado de Hatshepsut foram apagadas duas décadas após a sua morte. Se foi por vingança ou por outros motivos, existem várias teorias.
A última morada dos faraós
Ainda em Luxor visitamos o Vale dos Reis, onde estão mais de 60 túmulos de faraós. Apesar de saqueados, os interiores são fascinantes graças às pinturas coloridas que podemos observar nas paredes e tectos, as repetições de símbolos e os escritos feitos há milhares de anos para guiar os faraós na sua viagem para o além.
Foi aqui, no Vale dos Reis, que o arqueólogo britânico Howard Carter encontrou o túmulo de Tutancamon, em 1922. Por estar debaixo de outro túmulo, escapou às mãos dos saqueadores e foi encontrado intacto, recheado de tesouros que podem ser vistos no Museu Egípcio, no Cairo. É, aliás, por este motivo que Tutancamon, que morreu jovem e sem grandes conquistas, ficou tão conhecido.
Viajam connosco Diana Paz e Eleonora Rodrigues, duas primas de Coimbra, que escolheram o Egipto para as suas férias porque procuravam desfrutar de praia e cultura numa só viagem.
O ponto alto da sua viagem foi uma excursão às ilhas de Hurghada, onde viram golfinhos e nadaram rodeadas de peixes coloridos e corais.
Em Luxor, embora fascinadas pela riqueza do património, lamentam que as visitas tenham sido feitas com demasiada pressa, com pouco tempo para desfrutar.
Cansados por acordar antes do sol nascer e por visitar Luxor com o termómetro a tocar nos 40 graus centígrados, estamos incapazes de sair do autocarro uma última vez e, assim, despedimo-nos de Luxor a ver os Colossos de Memnom pela janela.
Leila explica-nos que as duas estátuas têm 18 metros de altura e pesam mil toneladas, cada uma delas feita a partir de um bloco de pedra. Representam o faraó Amenhotep III e assinalam a entrada do seu templo funerário, onde ainda estão a ser feitas escavações.
A viagem ao tempo dos faraós continua, desta vez no Cairo, onde nos esperam os tesouros dos faraós no Museu Egípcio e as incontornáveis Pirâmides de Gizé e Esfinge.
Continua: De Hurghada ao Cairo, entre tesouros e pirâmides
O PressTUR viajou a convite da Sonhando
Ver a reportagem completa:
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