Para ver os hipopótamos de água salgada nos Bijagós é preciso jogar com o Sol. Não pode estar demasiado calor, porque o caminho é desafiante, e não pode ser de noite, porque os hipopótamos regressam a terra e também se torna difícil evitar os baixios no mar durante o percurso de canoa.
Em 2017, fiz uma caminhada épica num cenário de savana até encontrar os hipopótamos, mas desta vez o caminho foi outro. E em vez da plataforma de observação em madeira, fizemos a observação ao nível do solo.
A viagem começou com um percurso de canoa para dar a volta à ilha e entrar pela praia.
A indumentária recomendada inclui sapatos de água, meias por cima das calças, manga comprida, chapéu e repelente.
A viagem prossegue na praia, ainda com o Sol a empurrar-nos para debaixo da sombra da vegetação, e é para lá que vamos, não totalmente à sombra, mas prendados com a tal paisagem de savana de que me lembrava.
E se me passou pela cabeça que, pelo menos, a água onde ia colocar os pés era fria, estava enganado. Andámos por diferentes pantanais, um dos quais com água ligeiramente acima do joelho, uma água morna e escura, coberta por vegetação.
E lá estavam eles, os famosos hipopótamos de água salgada, mesmo ali. Um adulto e uma cria que se passeavam no lago, raramente colocando o corpo fora de água, mas curiosos por saber o que se passava com estes humanos. A fazer-nos companhia estava uma equipa de filmagens a gravar um documentário com recurso a um drone.
O nosso guia, o Belmiro, conhecedor do comportamento dos hipopótamos, assegurou-nos que não iam sair da água naquele momento e carregar na nossa direcção.
Depois de uma série de fotos, de os vermos a descer e a subir o lago, e já atrasados, fizemos o percurso de volta. São cerca de 40 minutos de caminhada pela savana, com o Sol ainda forte e o piso irregular pautado por zonas de pantanal.
Quando chegámos à praia onde se encontrava o barco, o dia estava a terminar e tivemos o nosso pôr do Sol africano, na savana. O cenário era magnífico, mas vê-lo levantou um problema mencionado acima: não se navega à noite com estas embarcações, por causa dos bancos de areia.
Foi o nosso marinheiro com nome de craque, o João Pinto, que observou atentamente o mar e passou informação ao piloto, e assim nos fez chegar em segurança a Orango, com apetite para o jantar.
No dia seguinte, despedimo-nos da Ilha de Orango a cantar os parabéns ao nosso destemido guia, pescador e piloto Belmiro, pelo seu aniversário.
O percurso de regresso foi ligeiramente mais agressivo, o mar estava mais picado e foram cerca de 3h30 até Quinhamel, e mais 45 minutos até ao Hotel Ceiba. Em 2017, vi esta unidade hoteleira em construção. Foi inaugurada em 2018, a cerca de 15 quilómetros do aeroporto. É um hotel mais direccionado para o segmento corporativo, com quartos de tipologia deluxe, junior e grand suite, com um lobby espaço e luminoso, que convida a dar mais uns passos até à piscina.
O PressTUR viajou a convite da TAP Air Portugal e do Orango Parque Hotel
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