APAVT ‘desafia’ nova secretária de Estado do Turismo para “redesenhar” a estratégia para os próximos dez anos

O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, ‘desafiou' hoje a nova secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, presente na sessão de abertura do 45º Congresso da Associação, a decorrer no Funchal, a contribuir "para o redesenhar de toda uma estratégia para os próximos dez anos".
Trata-se, defendeu o dirigente associativo, de impulsionar "uma estratégia que nos mova em direcção a um universo harmonioso de turistas com mais capacidade de gastos, e uma oferta com melhor qualidade de serviço, universo que nos permitirá crescer com a menor pressão turística possível".
Para o presidente da APAVT trata-se ainda de "uma estratégia
que nos garanta mais território turístico; que nos traga menor sazonalidade;
que nos permita diminuir a dependência de rotas aéreas construídas
artificialmente, com meros objectivos de curto prazo".
"Uma estratégia que espalhe os benefícios do crescimento não
apenas pela cadeia de valor, mas também pela população, assegurando coesão
social; que garanta o envolvimento de mais território, apostando e defendendo a
coesão territorial", resumiu ainda Pedro Costa Ferreira que, dirigindo-se
directamente a Rita Marques, enfatizou pretender "uma estratégia que traga o
Turismo para a centralidade económica do País, assegurando mais crescimento e
bem-estar económico, e que envolva o País, distribuindo os benefícios por todos".
Pedro Costa Ferreira explicitou, aliás, que com a ‘convocação'
deste assunto para a sua reunião magna, a APAVT mostra ter "consciência" das suas
responsabilidades enquanto associação, "mas revela sobretudo que estamos
dispostos a participar num movimento que tem de integrar todos, e que tem
também de exigir de todos, o abandono das pequenas "quintas" em que o Portugal
associativo tantas vezes se entrincheira".
Pedro Costa Ferreira elencou ainda "alguns dos temas que
certamente acompanharão o nosso diálogo, nos próximos tempos", começando por
destacar que "o sector das viagens continua absolutamente virado de pernas para
o ar, no que à gestão da segurança dos consumidores se refere".
É um tema caro à APAVT e suas congéneres internacionais que
têm insistido na necessidade de haver protecção dos clientes para falências de
companhias de aviação, como existe para falências de agências de viagens e que,
destacou, permitir não haver "perturbação da ordem pública, desastre natural ou
qualquer outra causa de força maior prevista na directiva europeia das viagens
organizadas, que não tenha sido possível gerir a favor da confiança do cliente".
"A questão da mobilidade turística nas grandes cidades" foi
o segundo tema elencado por Pedro Costa Ferreira que revelou que nas
conversações mais recentes com a Câmara de Lisboa se poderá "eventualmente ter
dado um passo qualitativo em frente".
"Existem da parte da Câmara linhas vermelhas traçadas, de
acordo com os objectivos políticos que foram escrutinados em eleições, mas
sentimos agora, ao contrário de em momentos anteriores, uma marcada vontade de
dialogar com os parceiros turísticos, com o objectivo de mitigar os efeitos
perversos na operação turística, na hotelaria e na restauração", explicou o
presidente da APAVT, que destacou "a intervenção pessoal do Presidente Fernando
Medina".
Terceiro tema destacado por Pedro Costa Ferreira é a ‘velha'
reivindicação de igualdade fiscal com a vizinha Espanha na Meetings Industrie
porque "uma série de eventos de igual valor acrescentado, [continuam a ser] 23%
mais baratos em Espanha do que em Portugal".
"A questão aeroportuária e as questões relacionadas com as
duas maiores companhias aéreas portuguesas, Tap e Sata" foi outra questão
destacada por Pedro Costa Ferreira, que recusou resumir aos problemas de
capacidade aérea em Lisboa, pois "o Algarve tem problemas de sazonalidade não
resolvidos, e que não se resolverão com nenhuma obra de engenharia" e "s
Madeira tem um problema de inoperacionalidade que vem matando a confiança dos
players e vem afastando lenta mas inexoravelmente os aviões da pista em que
todos aterrámos nos últimos dias".
"Assim, os problemas aeroportuários são tanto da engenharia,
como da política turística. E não é um problema de Lisboa, é de todo um país,
país que certamente gostaria de ver, nesta legislatura, uma perfeita interacção
entre as tutelas do turismo e dos transportes, já que, uma vez mais, não
podemos ter os dois temas debaixo da mesma tutela", conclui o presidente da
APAVT.
O PressTUR viajou a convite da APAVT
Ver também:
Recuperar a SATA parece uma tarefa inacessível, Pedro Costa Ferreira
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